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Imagem: Reprodução / Redes Sociais |
Novos trechos da delação de Carlos Miranda apontam o envolvimento do ex-chefe do Ministério Público do Rio nos esquemas de corrupção de Sérgio Cabral. Segundo Miranda, que era operador financeiro de Cabral, o ex-procurador-geral de Justiça, Cláudio Lopes, recebia uma mesada do ex-governador.
O RJ2 teve acesso ao resumo do que Carlos Miranda contou no anexo 19 da delação premiada. O documento, de 6 de março de 2018, está assinado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.
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Miranda disse que o ex-governador Sérgio Cabral fez pagamentos ilegais ao ex-procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro, Cláudio Soares Lopes.
Carlos Miranda relata que, no fim de 2008, durante a campanha de Cláudio Lopes para procurador-geral, Wilson Carlos, então secretário de governo, e Sérgio Cabral, pediram que ele separasse R$ 300 mil para entregar a Cláudio Lopes.
Miranda disse que tal valor deveria ser supostamente gasto na campanha para a eleição de Cláudio Lopes.
O delator conta que os recursos solicitados foram separados e entregues a Sérgio de Castro Oliveira, o Serjão, um dos operadores financeiros do grupo do ex-governador, para entrega a Wilson Carlos, que ficou encarregado de entregar a Cláudio Lopes.
Claúdio Lopes tomou posse como procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro em janeiro de 2009, prometendo combater a corrupção.
Carlos Miranda contou na delação que mesmo depois de assumir o cargo, Claudio Lopes continuou a receber dinheiro do grupo do ex-governador Sérgio Cabral. Segundo Miranda, o procurador-geral recebia uma mesada.
Miranda afirma que depois da eleição de Cláudio Lopes, por volta de março ou abril de 2009, Wilson Carlos informou ao delator que deveriam ser pagos R$ 150 mil mensalmente a Cláudio Lopes, o que foi confirmado por Sérgio Cabral.
Cláudio Lopes foi procurador-geral de Justiça por dois mandatos. Ficou no cargo entre 2009 e 2012.
O delator disse que os pagamentos duraram os dois mandatos de Cláudio Lopes até o último dia de sua gestão.
Carlos Miranda afirma que a intenção era que o procurador-geral de Justiça tivesse boa vontade e protegesse o grupo de Sérgio Cabral.
Investigações não foram adiante
Durante a gestão de Cláudio Lopes, investigações importantes ligadas ao ex-governador não foram adiante. Entre elas, a contratação do escritório de advocacia da ex-primeira-dama, Adriana Ancelmo, por concessionárias do estado e o empréstimo do jatinho do empresário Eike Batista ao então governador para uma viagem a Bahia, onde foi comemorado o aniversário do empreiteiro Fernando Cavendish.
Hoje, Cláudio Lopes continua atuando como procurador e faz parte do conselho superior do Ministerio Público, que fiscaliza a atuação e zela pelos principios da insituição.
Ele também é investigado no próprio Ministério Público por causa de outra delação, a de César Romero, ex-subsecretário de saúde da gestão Cabral.
César Romero disse que Sérgio Cortes foi avisado, pelo então procurador-geral de Justiça, sobre uma operação de busca e apreensão na casa do ex-subsecretario de Saúde.
Cesar Romero disse que destruiu documentos antes da polícia chegar.
O Ministério Público declarou que as investigações estão sob sigilo e que, pela lei, a análise do possível afastamento de Cláudio Lopes só é cabível após a conclusão das investigações e a instauração de um processo criminal.
A produção do RJTV não conseguiu falar com o ex-procurador-geral.
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Editado por Política na Rede